ACADÊMICA:
ALESSANDRA RODRIGUES PEIXOTO
TURMA:
A CURSO: PÓS EM EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS
LINGUAGENS
O livro Educação Infantil e
Registro de Práticas autoria de Amanda Cristina Teagno Lopes, (São Paulo: Ed.
Cortez, 2009) está dividido em quatro capítulos: sobre o registro, registro e memória,
memória do registro, o registro de práticas pedagógicas produzidos pelos
professores além das considerações
finais da autora. Amanda Cristina procura expor em sua obra a importância do
registro como mecanismo formativo de reflexão da prática docente. Ela ressalta que o professor se torna o produtor
de saberes e experiências, e a sua busca deve ser a de, sempre que possível, transformar
a prática docente para melhoria da qualidade de ensino. A autora do livro levanta a necessidade da observação, experimentação e pesquisa como
pilares para formação, autoria e legitimação dos saberes produzidos na prática
pedagógica.
A
autora ainda procura definir o significado do registro bem como a sua importância.
Para isso ela traça um diálogo com diversos pesquisadores, com o objetivo de
compreensão da temática apresentada. O diário docente, utilizado por parte dos professores,
é destacado como um importante instrumento de registro de forma que, por meio
deste, o profissional medita sobre a própria ação. O mesmo entendimento sobre o
registro tem Zabalza, que aponta: “... no diário o professor expõe, explica e interpreta
a sua ação cotidiana na aula e fora dela” (1994 p.91 apud Lopes 2009 p.29). Tendo como base o
diálogo entre Amanda e Zabalza, é observado que o registro assume o papel
essencial para a prática docente de modo que oportuniza a análise, observação,
reflexão, além de criar a possibilidade de formação em serviço. Ainda sobre
esta possibilidade, existe dentro da obra Amanda Cristina, a tese de Warschauer:
“A escrita, como oportunidade formativa, possibilita a construção da autoria, a
teorização das práticas, a construção de histórias e de identidade” (2001 apud
LOPES 2009 P. 32). O registro é ponto inicial para a reconstrução de uma nova
prática devido à oportunidade de um olhar mais atento, questionador e crítico
sobre sua ação. Segundo o diálogo entre a autora e Madalena Freire, a partir
deste olhar, é possível permitir aprimorar a leitura da
realidade e, ainda, intervir sobre a mesma.
O registrar de sua
reflexão cotidiana significa abrir-se para seu processo de aprendizagem,
significa perguntar, questionar-se, inquietar-se perante o observado, o que
leva à busca, à transformação, à ampliação do pensar. (1996 p.6 apud LOPES 2009 P.33)
Amanda Cristina ainda levanta
outra questão: a importância da leitura para ampliação de um novo olhar da
realidade. Segundo ela, aquele que se utiliza da leitura alça ‘vôos altos’ e
consegue construir e reconstruir seu conhecimento. “Leitura e escrita como
ações ligadas ao ato de conhecer[...]”. Desta forma, a autora reconhece que o
registro é uma ferramenta indispensável para legitimação dos saberes
produzidos na prática pedagógica.
O fato é que, apesar da maioria dos
professores ter a consciência de que o ato de registrar têm seu valor,
atualmente isto deixou de ser prática reflexiva para se tornar uma ação
burocrática. Apenas se busca, com o registro, apresentação de dados
quantitativos do desempenho escolar.
Um exemplo deste desleixo é o desenho, que
por vezes não é visto como um registro significante. Nas escolas o considerado
relevante são os registros da escrita principalmente nas salas da pré-escola.
Este registro da escrita é visto como uma preparação para série posterior, isolando
as linguagens musicais, artes e movimento. Nesta perspectiva a autora
procura em seu texto chamar a atenção dos educadores para importância deste tipo de registro pois através deles
podemos perceber estilos, pensamento, sinais de sua história, memórias e a
própria identidade tornando-se autores de seu próprio conhecimento.
O desenho representa muito mais que um exercício agradável
no período infantil. É o meio pelo qual a criança desenvolve relações e
concretiza alguns dos pensamentos vagos que podem ser importantes para ela.
Desenhar torna-se uma experiência de
aprendizagem.
(LOWENFELD E BRITTAIN, 1970, p.159 apud Lopes 2009 p.56)
Por um lado, tendo a consciência da importância e necessidade do
registro, há de se abrir uma pausa para a discussão: A falta de tempo dos
docentes para a leitura e estudo de obras que embasem a sua prática. Somente
preencher papéis sobre o rendimento dos alunos e ainda o tempo dedicado a
planejamento de aula torna difícil a troca e a aquisição de novas experiências.
A educação ainda é contraditória, ela busca a qualidade, entretanto, a sua
organização está mais para os dados quantitativos.
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